ENTREVISTAS CONCEDIDAS POR CHICO XAVIER.
DIÁLOGOS e IDÉIAS
“Exemplo vivo de Espírita Evangélico” no dizer do professor Herculano Pires.
Nascimento: 02.04.1910 e Falecimento: 30.06.2002
ORGANIZAÇÃO e NOTAS: ELIAS BARBOSA.
ITEM 05 – Encontro com Chico Xavier – Página 63
PERGUNTA 14 – Conseguiria você dizer em que matéria Emmanuel é mais exigente com você, na qualidade de educador?
RESPOSTA – No trato com os outros, porque diz ele que no trato com o próximo a luz do Evangelho de Jesus deve ser comunicada de quem fala para quem ouve. Quando converso com qualquer pessoa em voz áspera, com impaciência, com agressividade, com anotações de maledicência ou com azedume, ele deixa passar os meus momentos infelizes e, depois, principalmente quando entro em meditações e preces da noite, Emmanuel me repreende severamente, lamentando as minhas faltas.
PERGUNTA 15 – Pode você lembrar algum fato curioso em torno dessa preocupação de Emmanuel com a palavra?
RESPOSTA – Recordarei um dos muitos casos nesse sentido, que trago em minha experiência pessoal. Na manhã de 3 de novembro de 1958, viajava eu num avião de Uberaba para Belo Horizonte. Até Araxá, tudo correu bem, mas entre Araxá e a capital mineira, o aparelho foi tomado de grande excitação. Parecia descontrolado e inseguro. Os passageiros começaram a reclamar. O comandante muito sereno veio até nós e disse que não havia motivo para alarme, que a nave seguia para o objetivo em excelentes condições e explicou que os movimentos desordenados do aparelho eram devidos a um fenômeno atmosférico que ele denominou por “vento de cauda”. O pessoal acalmou-se, mas como os movimentos bruscos ficaram mais fortes por alguns instantes, muitas pessoas começaram a orar em voz alta e quatro crianças passaram a chorar assustadas. A inquietação geral tomou meu espírito e comecei também a orar, quase gritando: “Oh meu Deus… oh meu Deus… tende piedade de nós…” Nisso, quando eu estava nessas exclamações em ponto alto, vi Emmanuel entrar no avião. Veio a mim e perguntou por que motivo eu clamava daquele jeito. Eu respondi: “Estamos em perigo…” E acrescentei, suplicando: “Será esta a hora em que vou morrer?…” Emmanuel, muito calmo, apenas me disse: Não posso saber se o Senhor resolveu determinar a sua desencarnação agora, mas se você julga que vai morrer, procure morrer com educação, sem aumentar a aflição dos outros. Desde esse momento, me refiz na poltrona, enquanto que, pouco a pouco, o avião retomava os movimentos normais. Tudo não passara de um acontecimento regular em viagem.
LIVRO: NO MUNDO DE CHICO XAVIER – 1967
(Quadragésimo ano das atividades mediúnicas de Chico Xavier)
IDE – Instituto de Difusão Espírita – Araras – SP