A humildade é o fundamento de todas as virtudes. Mas, o orgulho pode ter seu lado bom quando relacionado ao sentimento de dignidade pessoal; afinal, devemos zelar pelo envoltório que abriga o nosso espírito e suas qualidades.
Devemos ser gratos e amarmos a nós, para podermos amar bem ao próximo.
Porém, atenção ao lado B desse sentimento: que não seja exagerado o conceito de si próprio, ou teremos a soberba, nos desviando do preferível curso.
Do outro lado temos a humildade autêntica, uma virtude que nos conduz à consciência das nossas limitações. O humilde não se ilude com galanteios exagerados, nem por uma eventual situação de destaque. Tampouco ignora seu valor, daí sua serenidade.
Todo sábio é humilde, porque sabe que só sabe pouco do muito que deveria saber. E a cada saber, uma nova dúvida curiosa.
Há também o orgulho disfarçado de humildade, quando existe interesse em valorizar e expor uma posição de vítima, para atrair a si a atenção.
E há a confusão em relacionar a humildade à humilhação.
Com bastante frequência ainda vê-se pessoas confundindo humildade com humilhação. Humilhação pressupõe uma subjugação.
Não é sobre o que os outros pensam de nós, mas sobre a atitude íntima que nos guia: o humilde não compete, pois tem consciência que todos somos falhos em algo e já fomos piores e seremos melhores, portanto sabe que não está acima nem abaixo. As ofensas, eventualmente endereçadas a ele, não o magoam.
É compassivo, por enxergar a dor do outro e não o julga, por compreender o contexto da dificuldade.
Ao ter ciência de que todos temos um passado recente, vívido, e outro remoto, protegido pelo abençoado esquecimento, coloca-se sempre na posição de aprendiz da vida, ao lado do próximo.
Mesmo que haja raiva ou impaciência direcionadas para si, silencia e releva, sorrindo internamente, na sua serenidade.
Isso é diferente de deixar que te façam mal ou aceitar qualquer coisa, pois não tem a ver com perda ou escassez. A humildade é abundante .
Podemos encontrar o que aprender com um insulto ou escolher aborrecer-se…
O verdadeiramente humilde, nem se autoclassifica como tal, apenas faz e segue, atendendo a um chamado superior.
Sobre o assunto, nos ensina Emmanuel que o dualismo
“orgulho-humildade revela a polaridade do nosso pensamento. “A humildade é a chave da nossa libertação.”
Pensemos sobre isso.
Paz e bem!
Cris Comparini Basbaum
Apoio:
• baseado em áudio do perfil do Instagram, “Luz do Florescer;
• frases de São Francisco de Assis, Emmanuel e Papa Francisco sobre o tema.