Chamava Sócrates de “ricos” apenas aos que sabiam empregar os seus haveres. Aos demais “ricos”, muito embora possuíssem enormes bens, colocava-os no número dos pobres; e dizia ser a pobreza deles incurável, por ser pobreza de espírito.” Xenofonte
Conforme o pensamento filosófico espírita, “riqueza e pobreza nada mais são que provas pelas quais o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto, que é o seu progresso. Deus concede, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-las de modos diferentes.”
Muitos diriam, mas a pobreza é uma prova mais difícil que a riqueza.
Trata-se de dois lados da mesma moeda: o dinheiro circulante. O combustível que viabiliza materialmente a condição de interação e realizações neste mundo físico, dentro do sistema econômico em que se baseiam quase a totalidade das civilizações nesse momento.
São dois aspectos que dizem mais respeito à estrutura moral e ao estofo espiritual do indivíduo do que realmente de que lado do dinheiro ele está: se aos que lhes sobra ou aos que lhes falta.
Há almas luminosas que se mantêm na retidão mesmo com parcos recursos e outras que se perdem nos atalhos das vielas.
Há avaros deitados sobre fortunas e há aqueles cuja alegria está em empreender oportunidades para os que não tiveram as mesmas.
Portanto, a prova é tanto maior ou mais difícil conforme nossa resistência em enxergarmos a oportunidade de crescimento.
Seja na opulência ou na falta, todos recebemos nosso quinhão de talentos.
Todos nos propusemos a fazer bom uso, boa aplicação, dar-lhe boa utilidade, acompanhar a caridade de forma parceira e fraterna.
Trabalha e segue.
Ajuda, sem aguardar reconhecimento.
Faz e entrega à Providência Divina.
Limpemos os olhos do glamour, da ilusão e sequemos as lágrimas que nos turvam a visão.
Olhemos com olhos de ver.
Paz e bem!
Cris Comparini Basbaum
Fonte:
1. Livro dos Espíritos, Alan Kardec , itens 811, 814 e 816.
2. O Ev. Segundo o Espiritismo, Alan Kardec, cap. XVI, itens 7 e 8