O livro “A Gênese” foi lançado por Allan Kardec em janeiro de 1868 e até sua desencarnação, em 1869, ocorreram quatro edições. Atendendo a exigências do governo francês submeteu a primeira edição ao Ministério do Interior e depositou-a na Biblioteca Nacional da França. Para as outras três edições apenas informou que teriam o mesmo conteúdo.
Sabe-se que a Sociedade Anônima constituída após a desencarnação de Kardec concedeu no século XIX a várias instituições, inclusive do Brasil, a autorização para a tradução da 5ª edição francesa. Em 2017, houve o alerta da
Confederação Espírita Argentina sobre deturpações dessa edição mais divulgada, promovendo nova tradução para o espanhol da 1ª edição francesa.
No início de 2018, a União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE-SP) realizou o seminário A Gênese: o Resgate Histórico, com atuação de Simoni Privato Goidanich, oportunidade em que a diplomata lançou a tradução para o português de sua obra “O legado de Allan Kardec”.
Já existia uma tradução para o português da 4ª edição francesa (1868) de “A Gênese” editada pelo Centro Espírita Léon Denis, do Rio de Janeiro. Em maio de 2018, a Fundação Espírita André Luiz, de São Paulo, lançou a tradução para o português da 1ª edição francesa da quinta obra básica da codificação da Doutrina Espírita. Alguns países já lançaram traduções de “A Gênese” com a mesma base.
A USE-SP divulgou a recomendação “A adoção da 4ª edição francesa (cujo conteúdo é idêntico às três edições anteriores) e suas respectivas traduções do livro ‘A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo’ como a obra de referência doutrinária cuja autoria pode ser atribuída, sem qualquer dúvida, a Allan Kardec”.
É natural que a dúvida ou a remoção da posição de conforto incomode a algumas pessoas, mas essa é a razão para nos debruçarmos no texto de “A Gênese”. E analisarmos as próprias recomendações do sensato codificador Allan Kardec.
A Doutrina Espírita recomenda que as opiniões devem ser analisadas com base nos critérios da lógica, do bom senso. Inclusive, há dados concretos disponíveis, o que abrange documentos históricos e oficiais. Destacando-se ainda a concordância com o ensino dos Espíritos.
O codificador Allan Kardec destaca na Apresentação e no primeiro capítulo de “A Gênese” que informações localizadas teriam o valor de uma opinião pessoal; reforça o papel do Espiritismo como “ciência de observação” e nesta condição os fatos e documentos não podem ser desprezados!
O Manifesto da USE-SP recomenda: “Promover encontros, seminários e outros meios de interação com os dirigentes e colaboradores de instituições espíritas em geral objetivando o esclarecimento sobre os fatos históricos e documentos que justificam a adoção da 4ª edição francesa e suas respectivas traduções desta obra como referência.”
É momento para estudar e refletir sobre o conteúdo de “A Gênese”. De preferência, comparar as traduções desta obra.
E com um motivo a mais: 150 anos de lançamento em 2018.
Antonio Cesar Perri de Carvalho
Fonte: http://www.folhadaregiao.com.br/2018/08/15/o-porque-do-estudo-de-a-genese-artigo