Amigo leitor! O título deste artigo parece pretensioso. Talvez seja.
Seria demais, provavelmente, responder em poucas linhas qual a maior necessidade do ser humano aqui na Terra neste princípio de século, perante tantos desafios e problemas graves, como a miséria, a injustiça social, a criminalidade, a violência urbana, o preconceito, a corrupção, a ignorância, a maldade…
A lista é praticamente infindável. Afinal, estamos em um mundo de expiações e provas em plena transição para a regeneração.
A crise, por demanda imperiosa do progresso, evidencia as desigualdades e enfermidades morais, dando a impressão de que a sociedade terrena está falida nos valores educacionais do Espírito imortal.
Se nossa visão for limitada ao presente e restrita a fatores econômicos, políticos e sociais, a resposta tende a ser afirmativa: o mundo parece estar piorando.
Porém, torna-se imprescindível ampliar os horizontes, enxergando realidades além daquelas percebidas quando nos restringimos a aspectos materiais da existência terrena.
Nós, que somos aprendizes do Evangelho de Jesus à luz do Espiritismo, já temos as informações suficientes para entender que a recomendação maior do Cristo foi e continua sendo o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Ainda, o Mestre inovou, enfatizando que deveríamos amar o semelhante como Ele nos amou.
Deixou a recomendação e a receita.
Resta-nos apenas cumpri-las.
Simples assim… para falar.
Tão complicado, entretanto, para vivenciar.
O amor deve estar na base de todas as nossas ações, palavras e pensamentos. Tudo estaria resolvido se amássemos, verdadeiramente, a nós mesmos, ao próximo e a Deus, pois assim o respeito e a solidariedade universais estariam garantidos na promoção da paz e felicidade geral.
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Acontece que o tempo não para. As coisas ocorrem em velocidade cada vez mais célere. As transformações estão surgindo tão rapidamente que temos tido sérias dificuldades em saber lidar com o mundo atual.
Parece que a loucura se generalizou!
As pessoas estão perdidas, sem rumo, não sabem para onde ir, sequer têm compreensão de onde se encontram e o que lhes cabe fazer.
E isso tem nos afetado também, pois ninguém está imune à influência, seja de qual natureza for, nem despojado da capacidade de influenciar pessoas próximas ou distantes.
Temos nos deixado perturbar e temos sido instrumentos da perturbação.
Somos incompreendidos pelo nosso irmão e nos tornamos agentes da incompreensão em nossas relações interpessoais.
Temos sido relegados por terceiros e atuado como ferramentas da indiferença diante do sofrimento alheio.
Está nos faltando viver a mensagem ensinada por Jesus há dois mil anos e renovada pelas claridades do Espiritismo desde os idos do século XIX. Esta mensagem nos recomenda o respeito e a solidariedade a todos. E mais, por extensão, ensina-nos que devemos ser gratos àqueles que nos antecederam na realização de importantes trabalhos. Cumpre-nos reconhecer que, se não fossem tais pioneiros, enfrentaríamos hoje grandes dificuldades para fazer o que estamos tentando empreender. Gratidão e respeito, portanto, nunca serão demais.
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A maior necessidade do momento, perante tantas outras que entendemos importantes, é a de discernir, adotando o equilíbrio e o bom senso, tão escassos atualmente no comportamento pessoal, inclusive na postura de boa parte dos formadores de opinião.
Discernir, segundo o dicionário eletrônico Houaiss, é: a) perceber claramente (algo, diferenças etc.); distinguir, diferenciar, discriminar; b) compreender (conceito, situação etc.); perceber, entender; c) formar juízo; apreciar, julgar, avaliar; d) identificar (algo) com conhecimento de causa.
Depreendemos dessas quatro acepções principais do verbo discernir que não podemos ouvir, ler, ver e sentir tudo como se fossem verdades absolutas.
Há que se redobrar a vigilância quanto aos cavaleiros do apocalipse que, em tempos de transição, pululam em diversos cantos causando discórdia e levando pessoas, instituições e povos a se confrontarem como se estivessem em plena guerra.
A quem interessa a divulgação de notícias bombásticas, descobertas assombrosas, revelações impactantes, furos jornalísticos?!…
Quem são os agentes da confusão, da balbúrdia, da dúvida, da insegurança, do desrespeito?!…
Discernir é saber escolher, decidir, posicionar-se, adotando o Evangelho de Jesus como roteiro e o esquecimento do mal como estratégia. É fomentar a união e a paz, a concórdia e o bem, a felicidade e a realização.
Na atualidade, correm soltas a irresponsabilidade e a insanidade, a desesperança e a precipitação, a ignorância e a confusão.
Por isso mesmo, o momento é propício ao discernimento, com emprego do bom senso e do equilíbrio. Vamos fazer a nossa parte?!
Fonte: http://www.febnet.org.br/blog/geral/a-maior-necessidade-do-momento/