DEUS TE ABENÇOE
Logo após fundar o Lar “Anália Franco”, na cidade de São Manuel, no Estado de São Paulo, viu-se D. Clélia Rocha em sérias dificuldades para mantê-lo. Tentando angariar fundos de socorro, a abnegada senhora conduzia crianças, aqui e ali, em singelas atividades artísticas. Acordava almas. Comovia corações. E sustentava o laborioso período inicial da obra.
Desembarcando, certa noite, em pequena cidade, foi alvo de injusta manifestação anti espírita.
Apupos.
Gritaria.
Condenações.
D. Clélia, com o auxílio de pessoas bondosas, protege as crianças.
Em meio à confusão, vê que um moço robusto se aproxima e, marcando lhe a cabeça, atira-lhe uma pedra. O golpe é violento. O sangue escorre. Mas a operosa servidora do bem procede como quem desconhece o agressor. Medica-se depois.
Há espíritas devotados que surgem.
D. Clélia demora-se por mais de uma semana, orando e servindo.
Acabava de atender a um doente em casa particular, quando entra senhora aflitíssima. É mãe. Tem o filho acamado com meningite e pede-lhe auxílio espiritual.
D. Clélia não vacila. Corre ao encontro do enfermo, e surpreendida, encontra nele o jovem que a ferira. Febre alta. Inconsciência.
A missionária desdobra-se em desvelo.
Passes.
Vigílias.
Orações.
Enfermagem carinhosa.
Ao fim de seis dias, o doente está salvo. Reconhece-a envergonhado e, quando a sós, beija-lhe respeitosamente as mãos e pergunta: – A senhora me perdoa?
Ela, contudo, disse apenas, com brandura: – Deus te abençoe, meu filho…
Mas o exemplo não ficou sem fruto, porque o moço recuperado fez-se valoroso militante da Doutrina Espírita e, ainda hoje, onde se encontra é denodado batalhador do Evangelho.
Página de Chico Xavier ditada pelo Espírito Hilário Silva. Livro: O Espírito da Verdade. Lição nº 06. Página 25. Estudos e Dissertações em torno de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec. Capítulo X. Item 16.