Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista
Panis et circences!… Propunham os governos passados, numa tremenda ironia em relação ao proletariado, às massas sofredoras, como a demonstrar que isso lhes bastava: Pão e diversão!
De tal forma a humanidade acostumou-se com a conduta refrão, que chegou ao cúmulo de pensar-se apenas na diversão e faltar o pão.
São incontáveis os esfaimados do pão diário que estorcegam na miséria, alimentando-se de barro modelando bolachas e outros alimentos, isto, quando encontram água para plasmar cruelmente algo para iludir o estômago e destroçá-lo.
A diversão do circo imenso em que se transformaram as cidades poderosas viceja até mesmo sob o amparo da tecnologia que ilude os esfaimados, que se envenenam ante a indiferença dos abastados.
Merece, no entanto, constatar, que também estes que são responsáveis pelo infortúnio de centenas de milhões de destroçados, somente na aparência estão fartos do pão amassado nas lágrimas e cozido na ardência das dores dos que são consumidos. Eles têm fome de paz, de amor, de confiança no futuro, de autossegurança…
Vivem temerosos e fogem para a drogadição, as extravagâncias de toda ordem, inclusive aos prazeres sexuais, em que se exibem em conquistas mentirosas e ilusórias.
Alimentam-se dos festivos pomares da miséria socioeconômica, filha daquela impiedosa sociomoral.
Coisificados pelo poder político e cultural enganosos, enxameiam nos antros escusos da sociedade e competem com aqueloutros que também estorcegam nos palácios e clubes onde chafurdam nos mesmos leitos de inquietação e descontrolada loucura.
Vivem, esses gozadores equivocados, no luxo exagerado, surdos aos lamentos dos mutilados pela vida que desfrutam esses poderosos infelizes, cercados de bajulação e aplauso, daqueles que os crucificarão na primeira oportunidade, porque não são amados, mas pelos que lhes colhem as migalhas que caem da mesa farta da aparência.
Não foi por outra razão que Jesus enunciou que nem só de pão vive a criatura humana, mas também da graça de Deus, que é o verdadeiro pão da vida.
Nestes belos dias de grandezas e terríveis de transtornos e infelicidades, periodicamente têm lugar as epidemias, que nascem nas mentes perversas dos maus e indiferentes, sempre ameaçando de extinção a vida…
Na atualidade, as poderosas como as pequenas nações estremecem ante a presença do coronavírus, invisível a olho nu, que aniquila os que têm pão em abundância e aqueles que os não possuem, mas alimentam-se da Verdade, que é o pão da vida.
Há tempo ainda de cada um de nós nutrir-se do amor e da caridade, a fim de superarmos a loucura de somente alimentarmo-nos do pão, que não mata a fome de paz nem dignifica.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião.