Estamos em tempos que muitos chamam de difíceis, mas para os que conseguem refletir um pouco mais, tudo isso era esperado. Basta olharmos como conduzimos nossas vidas nos últimos anos ou décadas para intuir, segundo as perspectivas moral e material, conforme disciplinam suas leis, que isso iria acontecer.
Mas que leis? Qual o sentido delas? Muitos de nós sequer conseguimos ouvir esta palavra no contexto atual.
Quando falamos LEI – no sentido da Criação do Criador –, Ah! esta LEI não tem “jeitinho”, não “seleciona amigos” e “não se aplica conforme recomendações”. ELA perfaz-se pelo tratamento que submete a todos aos mesmos pesos e medidas.
O fundamento da LEI consta na mais humilde e grandiosa disposição: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”. E contempla desdobramento que a esclarece com perfeição: “Faça aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem”. A LEI, internalizada e colocada em prática em nossas relações fará tudo, tudo mesmo, ser diferente!
Analisemos a expressão “Acontece para todos…”. Qual a abrangência do seu sentido? Implica tão somente sofrer? Pagar?
Não, não estamos nesta vida, neste planeta, nesta cidade e nem mesmo nesta casa onde vivemos para pagar! Para colhermos, sim, o nosso plantio, a nossa safra em conformidade como agimos nesta e em vidas anteriores.
Nas obras fundamentais da Doutrina Espírita encontramos, reiteradamente, todas as respostas para que, ao invés de reclamar (pedir mais), possamos, hoje mesmo, iniciar o plantio do amanhã. Busquemos entender e refletir intimamente sobre o que o Espiritismo espera de cada um de nós. E mais! Ele pergunta aos que o estudam, aos envolvidos na sua leitura curiosa ou inclinada à sua pretensa e compromissada prática voluntariosa:
– O que você está fazendo com tantas respostas?
– Quais ações resolveriam sua vida em tantos aspectos?
– O que de fato, além de ler ou estudar (e, às vezes, nem um nem outro), você utiliza como ferramentas eficientes em seu dia a dia? Com que regularidade você o faz?
Agora pare, pare e pergunte-se com a sinceridade que o assunto exige….
A Doutrina Espírita, mas não somente ela, necessita ter uma dinâmica, ou mais acertadamente, um inevitável “segundo passo: a ação, o movimento”.
Muitos detêm de forma fácil o que leem e o que escutam, mas sabemos que, via de regra, nossas vidas e energias de desequilíbrio (geradas nesta e em vidas anteriores) se diluem e drenam nossos esparsos esforços… Não! Há algo muito importante e necessário a se fazer. Vamos refletir um pouco…
Energias de desequilíbrio, por exemplo, que projetamos em direção a alguém acontecem de que forma? Pensamentos repetitivos no início, podendo chegar até agressões e situações de “movimentos” que muitas vezes separam famílias, tiram empregos, afastam pessoas! E carregamos isso como “bagagem” se não resolvido.
Tudo isso significa “movimento, ação”, e, nesse mesmo sentido, energias geradas por ações – e não resolvidas por ações – terão que ser drenadas nesta ou nas próximas reencarnações.
Os elementos intrínsecos da dinâmica doutrinária são a prática e o movimento para a realização do seu conhecimento e domínio, de modo a dissipar energias em desarmonia, drenar e reequilibrar o que nós mesmos estragamos. Estragar no sentido de que estamos aqui para evoluir e não para derrubar, para passar por cima… Estragou, terá que arrumar e tentar não repetir. Neste momento evolutivo, ainda pela dor.
É momento de agir, pedir e, sobretudo, agradecer!
Transformar mágoas em perdão verdadeiro, com o entendimento de que não estamos aqui para evoluir os outros, é para nós nos transformarmos. Assim procede nossa evolução coletiva.
Quando entendermos que é pela gota de água purificada que as grandes fontes são compostas, iremos investir primeiro na nossa e deixaremos de filtrar aquilo que, além de não nos pertencer (as outras gotas/pessoas), não conseguiremos modificar, a não ser pelos nossos exemplos.
Termino com uma linda frase de nosso estimado Bezerra de Menezes para reflexão…
“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.”
? Luciano Pudell Wagner – 10.04.2021
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